A história dos Celtas se estendeu por 19 séculos, desde 1800 a.C. até o século I d.C.. O período mais importante da história Celta ocorreu entre 725 e 480 a.C. Os celtas se instalaram em uma imensa região das atuais repúblicas Tcheca, Eslovaca, Áustria, sul da Alemanha, leste da França e da Espanha, chegando a Grã-Bretanha.
O Celtas se instalaram na Europa num momento de expansão da colonização nesse continente, ainda em 4.000 a.C.. A sua cultura e território já estavam totalmente estabelecidos em 1800 a.C., nessa época os gregos e romanos nem sonhavam em nascer.
Não eram considerados um povo muito calmo e pacífico, eram guerreiros e o ritual para tornar um menino em adulto consistia em trazer a cabeça de qualquer pessoa que não fosse Celta. Com a cabeça na mão o menino recebia uma tatuagem que o consagrava adulto. Pela ausência de dados e documentos originais, uma grande parte da história desse povo é considerada hipotética.
Os seus sacerdotes eram os famosos Druidas, os quais detinham o conhecimento da escrita, pois ela era considerada mágica. Os Druidas inventaram lendas como a do rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda, Tristão e Isolda, além da maioria dos contos de fadas, que com o tempo foram sendo modificados.
Os músicos, na sua maioria, eram ligados a classe sacerdotal dos Druidas. O tocar dos instrumentos era considerado uma manifestação do mundo dos espíritos, portanto o músico era considerado um ser com faculdades que lhe permitiam captar as manifestações do “outro mundo”, traduzindo o que absorveu para a música. A arte Celta dava preferência por temas ligados a natureza: árvores, flores, animais e seres sobrenaturais zoomorfos (formas animais).
Os Celtas exaltavam as forças telúricas – energia que ocorre a partir do centro da Terra. A natureza era a expressão máxima da Deusa-Mãe, a divindade era feminina, cuja manifestação era a própria natureza. Embora a sociedade não fosse matriarcal, mesmo assim a mulher era soberana no domínio das forças da natureza. Os ritos quase sempre eram realizados ao ar livre e o calendário anual possuía várias celebrações.
O povo Celta dominou um vasto território, mas em nenhum momento ele constituiu um Império com uma política organizada e estruturada. O que manteve os Celtas unidos foi a arte, a língua e a religião. A religião e a música estavam intimamente relacionados a temas de caráter religioso.
O declínio da civilização Celta ocorreu pela falta de um governo central entre as tribos Celtas. Eles foram o primeiro povo a se submeter ao Império Romano. Sob o comando de Júlio César, no século I a.C. os territórios habitados pelos Celtas tornaram-se província subordinada a Roma. Nesse mesmo período as tribos Celtas na Europa Central caiam no domínio dos povos germânicos. Dessa forma, a cultura e a arte Celta foi confinada na Ilha da Irlanda, ressurgindo novamente no início da Idade Média em um ambiente cristão católico.