Mantra (do sânscrito man, mente e tra, controle ou proteção, significando “instrumento para conduzir a mente”) é uma sílaba ou poema, normalmente em sânscrito. Os mantras se originaram do hinduísmo, mas também são utilizados no budismo e jainismo, bem como por práticas espirituais, que não têm vínculo com religiões estabelecidas.
O mantra é uma fórmula mística e ritual recitada ou cantada repetidamente pelos fiéis de certas correntes budistas e hinduístas. O mantra é repetido de forma a auxiliar à concentração durante a meditação.
Os mantras Tibetanos são entoados como orações repetidas. O budismo mahayana do Tibete usa mantras em tibetano, o zen-budismo do Japão os usa em japonês. John Blofeld encontrou, em Hong Kong, no começo do século XX, mantras cuja língua ninguém sabia identificar, e que pareciam uma alteração de um original sânscrito.
Para algumas escolas, especificamente as de fundamentação técnica, mantra pode ser qualquer som, sílaba, palavra, frase ou texto, que detenha um poder específico. Porém, é fundamental que pertença a uma língua morta, na qual os significados e as pronúncias não sofram a erosão dos regionalismos por causa da evolução da língua.
Existem mantras para facilitar a concentração e meditação, mantras para energizar, para adormecer ou despertar e para desenvolver chacras ou vibrar canais energéticos a fim de desobstruí-los.
Mecanismo de funcionamento
Os ocidentais que chegaram ao oriente, ao longo dos anos, tentaram explicar porque os mantras produzem os efeitos esperados. Blofeld, que estudou por dentro as culturas indiana e chinesa, notou que não é necessário saber o significado das palavras ditas.
Blofeld observou que não importa a correção da pronúncia: encontrou o mesmo mantra entoado de forma muito diferente em países diversos, e sempre produzindo os efeitos esperados.
Outra explicação seria a mesma usada para explicar o efeito dos mudras: um gesto repetido por tantas pessoas durante tantos séculos teria criado um tipo de “caminho energético” – que podemos chamar de marca no akasha, ou no inconsciente coletivo – que é rapidamente seguido pela psique da pessoa que o executa.
Alguns psicólogos ocidentais defendem que o mantra possui uma energia sonora que movimenta outras energias que envolvem quem o entoa.
O apoio do Japamala, um cordão sagrado feito de contas, também conhecido como rosário de orações no ocidente, é usado para sussurrar ou murmurar, repetidamente, os mantras. Segundo a filosofia yogui, ao se completar o circuito de 108 repetições da oração, mentalização ou mantra, alcança-se um estágio superior na consciência chamado de transcendental (o estágio que ultrapassa as fixações da mente, mantendo a consciência concentrada em si mesma).
Alguns benefícios do Mantra:
- Aumenta imunidade.
- Alivia síndromes.
- Acelera a capacidade de processamento do cérebro.
- Ajuda a controlar preocupações, medos e ansiedades.
- Aumenta a concentração e atenção.
- Melhora a saúde mental e física.
- Aumenta a energia vital.
- Induz à estabilidade emocional.
- Reduz o risco de doenças cardíacas.
- Cria mais harmonia no convívio com outras pessoas.
- Acelera a revelação espiritual.
- Revitaliza o coração.
- Respiração torna-se contínua
- Relaxamento dos músculos respiratórios.
- Notável aumento da capacidade de concentração e memória.
Influência dos Mantras no mundo da música.
Muitas músicas dos Beatles possuem referências a mantras. Por exemplo, “Across the Universe” (1969) possui o mantra “jai guru deva om” em sua letra. Além disso, a letra repete quatro vezes o verso “nada vai mudar o meu mundo”, como se fosse um mantra.
A música “My Sweet Lord” (1970), da carreira solo do beatle George Harrison, cita vários mantras indianos em sua letra, além de repetir várias vezes o verso título, imitando um mantra.
Os músicos Mahavishnu John Maclaughilin e Carlos Santana inspiraram-se nas melodias mântricas de Sri Chinmoy para álbuns como Love Devotion Surrender (1973).
A cantora Madonna, estudante de cabala e totalmente inspirada nessa cultura, não dispensou o uso dessas influências no disco Ray Of Light, de 1998. Decidiu até incluir uma música totalmente cantada em sânscrito chamada Shanti/Ashtangi. O que poderia causar estranhamento por se tratar do ponto mais exótico do álbum, acabou agradando a muitos fãs e críticos.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mantra